Os Future Energy Leaders Portugal (FELPT) realizaram, no dia 16 de abril, a apresentação e debate do seu estudo “Flexibilidade do Sistema Elétrico e soluções de Armazenamento” que pode ser consultado em https://apenergia.pt/felptreport/ e no link para rever a sessão em https://youtu.be/Sff-flRCwo0 .
Esta primeira sessão de 2024 do “Energia em Debate”, que atingiu o número recorde de 480 inscrições, contou com a participação de Jorge Esteves, Diretor de Infraestruturas e Redes da ERSE, Bruno Marçalo Nunes, Diretor da Gestão do Sistema da REN e Rita Alexandra Mota, Subdiretora da Direção de Política Energética e Concorrência da EDP, tendo o encerramento sido realizado pelo Presidente da Associação Portuguesa da Energia, João Torres.
Após uma breve intervenção de boas-vindas de Bruno Henrique Santos, Board Member dos FELPT, a apresentação da metodologia, resultados e conclusões do white paper “Flexibilidade do Sistema Elétrico e soluções de Armazenamento” foi realizada por Mário Couto, membro dos FELPT e um dos responsáveis pelo desenvolvimento deste relatório.
O estudo apresentado pretende dar uma visão global sobre o tema da flexibilidade e armazenamento de energia, aplicada aos sistemas elétricos, de uma forma acessível ao público em geral, contribuindo para a literacia energética da sociedade portuguesa.
Neste white paper foram identificadas um conjunto de soluções tecnológicas para armazenamento de energia, antecipando-se que no futuro sejam capazes de dotar o sistema elétrico com novas estratégias para a sua operação e controlo contribuindo para assegurar a segurança energética.
A análise dos FELPT destaca os seguintes pontos-chave:
Concluída a apresentação, foi dado início ao debate moderado por José Sarilho, membro dos FELPT, que liderou a realização do White Paper, que contou com intervenções de Bruno Marçalo Nunes, Jorge Esteves e Rita Alexandra Mota.
Reconhecendo a importância de encontrar soluções de armazenamento para assegurar a flexibilidade do sistema elétrico, o Diretor da Gestão do Sistema da REN, Bruno Marçalo Nunes, começou por referir que «os mecanismos de balanceamento são cada vez mais importantes, uma vez que a previsão da produção elétrica se tem tornado mais incerta e distante dos valores verificados, devido a integração de grandes volumes de renováveis intermitentes». Concluiu sublinhando que «100% de renováveis só existe se tivermos capacidade de armazenamento […] seja ele hídrico ou químico», chamando à atenção o facto de que atualmente «o mercado de flexibilidade representa 500 milhões de euros por ano.»
Já na opinião de Jorge Esteves, estamos perante uma «mudança de paradigma», na medida em que «a capacidade das centrais a gás deixará de estar disponível e o recurso da capacidade hídrica é limitada». Segundo o Diretor de Infraestruturas e Redes da ERSE, «o mercado começa a demonstrar apetite para implementar soluções que permitam a despachabilidade de geração», reconhecendo nomeadamente a existência de «mais momentos na arbitragem que permitem utilizar estes serviços [de flexibilidade] (atrás do contador).»
Por sua vez, Rita Alexandra Mota, considera que «a flexibilidade apresenta uma resposta para muitos pontos e situações distintas», na medida em que «o armazenamento de longa duração será crítico no futuro». De acordo com a Subdiretora da Direção de Política Energética e Concorrência da EDP, «esta tecnologia de longa duração ainda tem TRL baixos, e apenas a hídrica tem, na atualidade, viabilidade económica», sendo que «potencializar os ativos já existentes deve ser uma prioridade».
Na sua intervenção de encerramento, o Presidente da APE, João Torres, salientou a relevância do debate promovido pelos FELPT, «assistimos a evento de elevado nível e a APE acompanha estes jovens que preparam o futuro. De facto, Flexibilidade tornou-se ideia chave neste tempo da Energia e os muito atentos FEL prepararam excelente documento que convida a reflexão e tem leitura obrigatória».