Os FEL.PT da Associação Portuguesa da Energia fizeram hoje a apresentação pública do relatório de 2021 “Trilema Energético – Uma Perspectiva Nacional”, estudo em que são avaliadas as três dimensões fundamentais para o desenvolvimento dos sistemas de energia: segurança energética, equidade no acesso à energia e sustentabilidade ambiental.
O evento decorreu no formato “Energia em Debate”, já habitual dos FEL.PT e reuniu cerca de 230 participantes, contando com a abertura do Secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba e com a presença, para Mesa Redonda, dos Professores Júlia Seixas, João Peças Lopes e Pedro Verdelho.
Na sua intervenção de abertura, João Galamba assegurou que «Em Portugal, a política energética resolve as três dimensões do trilema – seguro e fiável, acessível e sustentável». Adicionalmente, destacou que Portugal tem um ganho evidente ao abandonar os combustíveis fósseis, o que irá levar ao aumento da sustentabilidade ambiental do país, por uma redução de emissões, aumentando também a equidade da energia, por uma redução de preços.
Após a abertura, os team leaders dos FEL.PT Pedro Simões Frade, Mariana Figueiredo e Bruno Henrique Santos apresentaram os três pilares do trilema – segurança, equidade e sustentabilidade ambiental.
Na sequência desta apresentação realizou-se uma sessão de debate e mesa redonda moderada por Miguel Prado – Jornalista no Expresso, e com a presença dos Professores Pedro Verdelho – Presidente da ERSE, Júlia Seixas – Professora na Universidade Nova de Lisboa e João Peças Lopes, Professor da FEUP.
Na sua intervenção Pedro Verdelho salientou que a eletricidade está associada ao desenvolvimento das sociedades. Portugal é dos países com maior penetração de eletricidade de origem renovável, o que tem permitido um acesso à eletricidade com preço estável, dentro da média europeia.
Na opinião de Júlia Seixas, o problema da segurança energética deve ser analisado também pelo lado da procura e não meramente pelo lado da oferta: analisar a sustentabilidade ambiental apenas pelas emissões de CO2 poderá ser redutor, visto que existem outros factores que impactam na utilização dos recursos naturais.
Para João Peças Lopes, a eliminação do consumo de carvão não significa uma redução da segurança energética, uma vez que o país aumentou nos últimos anos a penetração de fontes renováveis, mantendo as necessidades de potência firme, através de centrais de ciclo combinado.
De acordo com o Presidente dos FEL.PT, Pedro Ernesto Ferreira, «os oradores foram unânimes na necessidade de equilibrar os três pilares do Trilema, garantindo uma transição energética justa e equitativa».